Descrição
SOBRE O LIVRO
“Edição especial, com organização, posfácio e notas do professor e historiador Leonardo
Afonso de Miranda Pereira, especialista na obra do autor.”
Vagalume – “misto de repórter e boêmio”, segundo o historiador e musicólogo Jota Efegê – foi
um dos raros negros a trabalhar em redações dos grandes jornais da cidade no início do século
XX. Nesse papel, ele registrou o desenvolvimento da musicalidade que resultaria no samba,
desde suas origens (nas comunidades negras) até ser incorporada nas “rodas chiques”,
passando a fazer parte das programações radiofônicas e das gravações fonográficas.
O autor nos transporta para o Rio de Janeiro dos anos 1930, revelando uma cidade com forte
presença de pessoas negras, muitas vezes escondidas sob as imagens irradiantes de uma
capital cosmopolita. Através dos muitos casos e episódios que conta, mostra a vibrante vida
cultural dos morros da cidade, nos quais o samba teria se desenvolvido. Como resultado,
somos apresentados tanto a personagens que se tornariam grandes compositores e
intérpretes do ritmo, como Pixinguinha e Sinhô, quanto a outros músicos de menos destaque
que também contribuíram para a sua armação.
Uma fascinante jornada pelo universo do samba, repleta de histórias curiosas e simbólicas. Na
roda do samba é um tesouro literário capaz de inspirar e emocionar os amantes da música e
da cultura brasileira. Oportunidade única para compreender a formação e a importância do
samba carioca pelos olhos de Vagalume, o primeiro cronista de carnaval do país.
SOBRE O AUTOR
Francisco Guimarães, conhecido pelo pseudônimo Vagalume, foi um importante cronista
carnavalesco do início do século XX, no Rio de Janeiro. Sua data de nascimento é incerta,
provavelmente entre 1875 e 1880.
Alguns anos depois, já assinava a coluna “Reportagem da Madrugada”, no Jornal do Brasil.
Acompanhava atentamente as transformações que ocorriam na capital federal e se dedicava a
registrar o cotidiano dos subúrbios cariocas ainda incipientes, os distritos policiais, a rotina dos
trabalhadores da noite e as rodas dos primeiros batuques daquilo que posteriormente seria
reconhecido como samba.
Em 1904, Vagalume criou a coluna “Ecos Noturnos” no jornal A Tribuna, espaço no qual
registrou os primeiros momentos de compositores e intérpretes como Cartola, Heitor dos
Prazeres e Sinhô, antes de se tornarem ícones do samba. Seu trabalho destacava a influência
africana na criação do gênero musical e marcava a transição do ritmo que começava a deixar as
comunidades negras para fazer parte das rodas da classe média, integrar o repertório das
rádios e os bailes dos clubes carnavalescos cariocas.
Em 1933, publicou o livro Na roda do samba, com as fotografias dos personagens dos morros
do Rio e do ritmo que se tornaria a identidade do Brasil. Seu trabalho contribuiu para a
consolidação do samba como elemento da cultura nacional e o reconhecimento dos artistas
que estiveram em sua origem.
Francisco Guimarães morreu em janeiro de 1946.
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